O Livro dos Espíritos - Princípios Básicos


Os fenômenos que estão além das leis da ciência comum se manifestam por toda parte e revelam na causa que os produz a ação de uma vontade livre e inteligente. A razão diz que um efeito inteligente deve ter como causa uma força inteligente, e os fatos provaram que essa força pode entrar em comunicação com os homens por meio de sinais materiais.

Essa força, interrogada sobre sua natureza, declarou pertencer ao mundo dos seres espirituais que se libertaram do corpo carnal do homem. Foi assim que a Doutrina dos Espíritos foi revelada. As comunicações entre o mundo espírita e o mundo corporal estão na ordem natural das coisas e não constituem nenhum fato sobrenatural, é por isso que seus vestígios são encontrados entre todos os povos e em todas as épocas e hoje são comuns e evidentes para todos.


"Coloca no início do livro a cepa* de vinha que te desenhamos, como emblema do trabalho do Criador; todos os princípios materiais que podem melhor representar o corpo e o Espírito estão nela reunidos: o corpo é a cepa; o Espírito é o licor; a alma ou o Espírito unido à matéria é o bago da uva. O homem purifica o Espírito pelo trabalho e tu sabes que é somente pelo trabalho do corpo que o Espírito adquire conhecimento."


"A vaidade de alguns homens que acreditam saber tudo e querem explicar tudo à sua maneira fará surgir opiniões divergentes, mas todos que tiverem em vista o grande princípio de Jesus vão se irmanar num mesmo sentimento de amor ao bem e se unir por um laço fraternal que abrangerá o mundo inteiro. Eles deixarão de lado as disputas mesquinhas de palavras para apenas se ocupar das coisas essenciais, e a Doutrina será sempre a mesma, quanto ao fundo, para todos aqueles que receberem as comunicações dos Espíritos Superiores."


"Lembra-te que os bons Espíritos somente assistem aos que servem a Deus com humildade e desinteresse e repudiam todo aquele que procura no caminho do céu um degrau para conquistar as coisas da Terra; eles se distanciam dos orgulhosos e ambiciosos. O orgulho e a ambição serão sempre uma barreira entre o homem e Deus; são um véu lançado sobre as claridades celestes, e Deus não pode se servir do cego para fazer compreender a luz."


São João Evangelista, Santo Agostinho,
São Vicente de Paulo,São Luís, O Espírito da Verdade,
Sócrates, Platão,Fénelon, Franklin, Swedenborg, etc.


* A cepa (ramo de parreira) que se vê é a reprodução fiel da que foi desenhada pelos Espíritos (Nota de Allan Kardec).

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